Os americanos usam esse termo, "pitching", no mundo dos roteiros em hollywood. Vender um roteiro é uma tarefa difícil lá na gringa e os escritores roteiristas que não são conhecidos têm que passar por um perrengue para fazer com que os figurões dos estúdios ao menos se deem ao trabalho de ler o que escreveram.
Isso não soa familiar? rs!
Pois é, aqui no Brasil, a indústria cinematográfica ainda está engatinhando, mas a nossa indústria literária (?), ou mercado literário, se preferirem, está cada vez mais aquecido. E, como consequência natural, as editoras estão recebendo uma tsunami de manuscritos originais, vindos de autores que, como eu, resolveram aproveitar o momento para tentar "sair da gaveta".
O termo título dessa postagem é, na verdade, uma expressão usada pelos praticantes de baseball. Significa "arremessar".
Então, os artistas desesperados para ganharem algum dinheiro com seus trabalhos, ou, no mínimo, terem algum prazer em poder dizer que foram lidos e apreciados por públicos diversos, "arremessam" seus roteiros para os executivos. Essa é uma tarefa árdua e digna de muitos comentários. Na internet há todo tipo de guru, ensinando como fazer esse arremesso, como vender o seu roteiro de forma que ele seja, ao menos, levado em consideração num mercado corrido e no qual decisões são tomadas em um piscar de olhos.
Eu me lembrei de toda essa situação e resolvi colocar isso no post, porque me senti mais ou menos assim quando comecei a pesquisar sites de editoras nacionais que se dispõem a publicar novos autores. Muitas delas disponibilizam questionários nos sítios, os quais o aspirante a escritor deve preencher antes mesmo de ter o seu trabalho lido para avaliação. Confesso que me senti um pouco incomodado com isso. Sim, eu sei que se trata de um negócio, que mesmo o mundo da arte é gerido como empresa, mas é difícil "vender" o seu peixe em "um resumo de no máximo 1000 caracteres, contando os espaços".
Principalmente para uma história longa (a minha ficou com 811 páginas com espaçamento 1,5), densa e com muitas camadas, é complicado conseguir explicar tudo de forma a torná-la atraente. Acabei optando por escrever um texto digno de propaganda de filmes de sessão da tarde, estimulando quem quer se seja o avaliador a "entrar na aventura" do personagem. Não deu pra falar praticamente nada da densidade da trama ou dos personagens. Acabei me sentindo mal.
Ainda estou pesquisando outros sites. Algumas editoras não disponibilizam esse questionário, apenas deixando endereço para que o original seja enviado, o que faz o escritor sentir um alívio (eu percebi que escrever sinopses da minha própria história não é lá muito o meu forte), mas que não dura muito. Temo que essas, que apenas disponibilizam endereço, não têm o aparato necessário para avaliar o seu original de forma correta (digo, ler pelo menos mais do que algumas páginas antes de descartá-lo).
De alguma forma, me sinto fazendo vestibular de novo! rs!
Enfim, há ainda o empecilho de que algumas cobram para publicar novos autores. Isso, para mim, é o pior. O artista não tem dinheiro (é artista!rs!) quando é desconhecido. O dinheiro, se houver, vem depois. É para isso que existem as editoras, para investir. Se eu tivesse o dinheiro para comprar 1000 livros da tiragem, certamente daria um jeito de publicar o livro de forma independente, ou algo próximo disso, tentando alguma parceria apenas para divulgar o trabalho.
Massss.... A gente tem que dançar conforme a música, como dizem. Aos "questionários", então! Estou em vias de registrar a obra na Biblioteca Nacional, no próximo post falo sobre o procedimento e deixo aqui alguns links para facilitar!
Inté!
;)