sábado, 24 de março de 2012

"Pitching"




Os americanos usam esse termo, "pitching", no mundo dos roteiros em hollywood. Vender um roteiro é uma tarefa difícil lá na gringa e os escritores roteiristas que não são conhecidos têm que passar por um perrengue para fazer com que os figurões dos estúdios ao menos se deem ao trabalho de ler o que escreveram.

Isso não soa familiar? rs!

Pois é, aqui no Brasil, a indústria cinematográfica ainda está engatinhando, mas a nossa indústria literária (?), ou mercado literário, se preferirem, está cada vez mais aquecido. E, como consequência natural, as editoras estão recebendo uma tsunami de manuscritos originais, vindos de autores que, como eu, resolveram aproveitar o momento para tentar "sair da gaveta".


O termo título dessa postagem é, na verdade, uma expressão usada pelos praticantes de baseball. Significa "arremessar". 

Então, os artistas desesperados para ganharem algum dinheiro com seus trabalhos, ou, no mínimo, terem algum prazer em poder dizer que foram lidos e apreciados por públicos diversos, "arremessam" seus roteiros para os executivos. Essa é uma tarefa árdua e digna de muitos comentários. Na internet há todo tipo de guru, ensinando como fazer esse arremesso, como vender o seu roteiro de forma que ele seja, ao menos, levado em consideração num mercado corrido e no qual decisões são tomadas em um piscar de olhos.

Eu me lembrei de toda essa situação e resolvi colocar isso no post, porque me senti mais ou menos assim quando comecei a pesquisar sites de editoras nacionais que se dispõem a publicar novos autores. Muitas delas disponibilizam questionários nos sítios, os quais o aspirante a escritor deve preencher antes mesmo de ter o seu trabalho lido para avaliação. Confesso que me senti um pouco incomodado com isso. Sim, eu sei que se trata de um negócio, que mesmo o mundo da arte é gerido como empresa, mas é difícil "vender" o seu peixe em "um resumo de no máximo 1000 caracteres, contando os espaços". 

Principalmente para uma história longa (a minha ficou com 811 páginas com espaçamento 1,5), densa e com muitas camadas, é complicado conseguir explicar tudo de forma a torná-la atraente. Acabei optando por escrever um texto digno de propaganda de filmes de sessão da tarde, estimulando quem quer se seja o avaliador a "entrar na aventura" do personagem. Não deu pra falar praticamente nada da densidade da trama ou dos personagens. Acabei me sentindo mal.

Ainda estou pesquisando outros sites. Algumas editoras não disponibilizam esse questionário, apenas deixando endereço para que o original seja enviado, o que faz o escritor sentir um alívio (eu percebi que escrever sinopses da minha própria história não é lá muito o meu forte), mas que não dura muito. Temo que essas, que apenas disponibilizam endereço, não têm o aparato necessário para avaliar o seu original de forma correta (digo, ler pelo menos mais do que algumas páginas antes de descartá-lo).

De alguma forma, me sinto fazendo vestibular de novo! rs!

Enfim, há ainda o empecilho de que algumas cobram para publicar novos autores. Isso, para mim, é o pior. O artista não tem dinheiro (é artista!rs!) quando é desconhecido. O dinheiro, se houver, vem depois. É para isso que existem as editoras, para investir. Se eu tivesse o dinheiro para comprar 1000 livros da tiragem, certamente daria um jeito de publicar o livro de forma independente, ou algo próximo disso, tentando alguma parceria apenas para divulgar o trabalho.

Massss.... A gente tem que dançar conforme a música, como dizem. Aos "questionários", então! Estou em vias de registrar a obra na Biblioteca Nacional, no próximo post falo sobre o procedimento e deixo aqui alguns links para facilitar!

Inté!

;)


quarta-feira, 21 de março de 2012

Eureka!.

Dia 21/03/2012

Depois de um dia cheio, um dia inteiro de audiências no fórum, depois de chegar em casa bem depois das sete da noite e debruçar novamente no computador, agora, às 23:32 da noite, terminei a revisão do texto. Finalmente! É a primeira história que termino, do jeito certo, estruturada. É primeira que acho que tem algum potencial para publicação. Estou feliz e cansado. Mais cansado do que feliz! rs! Mas ainda assim, feliz. Ainda falta formatar. O texto todo (deve passar de 500 páginas) está dividido em 4 arquivos de word. Amanhã começo a formatação.

;)

sábado, 17 de março de 2012

Começa o Relato da Jornada







"Aquele que tem por vício a leitura, droga alucinógena das mais leves, acabará cada vez mais dependente dela. E o pior, passará para drogas mais pesadas, como a escrita. Nesta fase crítica, o leitor, agora escritor, tende a fugir regularmente da realidade e ter devaneios de que, assim como Deus, é criador de universos inteiros." - Jefferson Luiz Maleski



Eu vi essa frase na internet e achei perfeita pra esse post. Sim, um jovem como muitos outros que existem por aí, comprador compulsivo de livros (às vezes compro e nem consigo ler, ou vou ler um ano depois), decidiu que era hora de tentar escrever alguma coisa. Não dá pra saber quando começou. As primeiras palavras vieram muito cedo. Enfim, com 15 ou 16 eu escrevia contos, poesias e tudo mais. A primeira história "grande", acho que saiu quando eu tinha uns 17 anos. 100 páginas! Chamava-se "Semente do Mal" e eu devo tê-la guardada aqui em alguma gaveta. Rs! Ficou horrorosa, mas eu aprendi bastante enquanto escrevia. Minha família tinha um único computador na época e ficava na sala, na sala de tevê mesmo. Daí, eu não consegui usar a máquina para escrever o meu texto, porque certamente meus familiares iriam começar a fazer perguntas demais que eu não iria querer responder. Sempre fui muito tímido, especialmente quando se tratava do que eu escrevia.


Por isso, escrevi esse primeiro texto à mão, num caderno pautado mesmo. A primeira lição que aprendi foi que escrita é um ato solitário. Pelo menos pra mim. Você tem que sentar no seu canto e escrever. E daí, vem a segunda lição: sente e escreva! Perde-se muito tempo ponderando se vale a pena, se não será uma tarefa impossível, se conseguirá chegar ao final e por aí vai. Percebi que essas questões só atrapalham. Outra revelação que essa primeira história me mostrou foi o seguinte: você não pode contar uma história decente se não sabe aonde ela vai dar. Por isso, planejamento é essencial.


"Semente do Mal" e mais uma história sem título que comecei  a escrever e não terminei, me mostraram que o escritor vai, inevitavelmente, se chocar contra um bloqueio se ele simplesmente deixar sua história seguir seu próprio rumo. Na melhor das hipóteses, vencendo esse bloqueio criativo, o resultado não será tudo que poderia ser. Por isso, é extremamente necessário um bom planejamento. O que serviu pra mim foi fazer uma espécie de 'espinha dorsal' da história, com tudo o que vai acontecer e a ordem cronológica dos fatos. Perco bons dias só no planejamento, semanas, dependendo da história. O bacana disso é que quando o planejamento está terminado, você já está tão íntimo do que criou que está louco para começar a escrever.
Quanto a esse planejamento, vou escrever mais posts sobre isso oportunamente.


Chegada a hora de escrever. Pra mim é o momento mais mágico, é quando realmente podemos nos desligar de nossa própria vida e bancar Deus, criar mundos, vidas e desfechos para elas. É um martírio prazeroso. É cansativo, desgastante, muitas vezes frustrante também, mas é vício e não dá pra largar ou simplesmente abandonar enquanto não se termina. Posso ficar meses sem escrever, por qualquer motivo que seja, mas as ideias eventualmente pipocam na cabeça, você pensa num desfecho que seria melhor do que o que tinha planejado ou uma fala de diálogo brota no meio de uma aula de Direito Financeiro (Rs! Direito Financeiro e Tributário: não há nada mais inspirador do que assistir a aulas dessas matérias! De tão chatas que são, tive mais ideias nessas aulas do que quando estou em casa querendo ter ideias).


Eu passei mais ou menos um ano escrevendo a minha. Dependendo da formatação, são entre 450 e 500 páginas. Tenho lido sites de editoras e percebi que isso pode ser um problema: os editores não dão muita atenção a histórias novas e não gostam muito de histórias muito grandes. Imagino que, com mais páginas, o livro vai ficar mais caro de produzir, consequentemente se transformando num maior investimento e num maior risco.


Bem, é nesse pé que estou. Ainda estou revisando o texto. Mais alguns dias e a revisão termina. Mudarei o início, porque, em lidas por sites editoriais, formei uma convicção de que esses cartolas não vão se dar ao trabalho de ler todo o seu original. Se as primeiras páginas não forem extremamente cativantes, você será descartado. 


Aprendi um bocado de coisa lendo sites de editoras e editores freelancers. Fica a dica. Em breve, postarei mais sobre minhas impressões, sobre como planejar uma boa história (o tipo de metodologia que funcionou para mim, pelo menos), sobre livros que tratam do assunto e tal. Até breve!


;)